PAINÉIS

11 ANOS DE SARDINHA EM LATA

CAE Portalegre – Grande Auditório | 31 de Outubro | 17h30 – 19h00

Fundada oficialmente a 14 de setembro de 2007, a Sardinha em Lata, que celebra assim o seu 11º aniversário em conjunto com o público da Cinemateca, é hoje uma das produtoras portuguesas mais dinâmicas a trabalhar no domínio da animação. Utilizando as mais diversas técnicas, das mais tradicionais às que envolvem as novas tecnologias, em função das características de cada projeto, a produtora tem dividido o seu trabalho entre curtas-metragens, séries para televisão, vídeos institucionais, publicidade e videoclipes. Ao longo dos onze anos que agora se completam, a Sardinha em Lata já teve, com os seus trabalhos, mais de sete centenas de seleções em festivais em todo o mundo, tendo alcançado mais de seis dezenas de prémios, nacionais e internacionais.

Após o painel, projecção dos filmes mais emblemáticos da produtora Sardinha em Lata.

DEBATES

A VOZ NA ANIMAÇÃO

CAE Portalegre – Pequeno Auditório | 2 de Novembro | 11h00 – 13h00

Convidados: Abi Feijó, Manuel Tentúgal & Paulo Curado

Mesa-redonda em torno da temática do uso da voz, som e efeitos sonoros e música no cinema de animação e a forma como estes elementos são estudados, trabalhados e aplicados de forma a que, em conjunto com as imagens animadas, resultem num trabalho harmonioso e uno tal como qualquer filme deve ser: um diálogo permanente entre criatividade e técnica.

Abi Feijó

Abi Feijó é realizador, Produtor, Professor de Cinema de Animação e Diretor da Casa Museu de Vilar. Licenciatura nas Belas Artes do Porto (1980). Estágio no National Film Board do Canadá (1985), onde realiza o seu primeiro filme. Funda a Filmógrafo (1987), a Casa da Animação (2001), a Ciclope Filmes (2002) e a Casa Museu de Vilar (2012). Como Realizador, assina os filmes: “Oh que Calma” (1985), “A Noite saiu à Rua” (1987), “Os Salteadores” (1993), “Fado Lusitano” (1995), “Clandestino” (2000) e “Nossa Senhora da Apresentação” (2015) entre outros, com os quais recebe mais de 40 prémios. Exerce ainda funções de Produtor (desde 1997): “A Noite” (1999), “História Trágica com Final Feliz” (2005) e “Kali, o Pequeno Vampiro” (2012) de Regina Pessoa, “Amélia & Duarte” (2015) de Alice Guimarães e Mónica Santos e “Ride” de Paul Bush (2018). Estes filmes receberam cerca de 100 prémios.

Orienta vários workshops de Cinema de Animação em Portugal, Espanha, França, Itália, Israel, Escócia, Polónia, Brasil, México, Líbano e China, (desde 1985). É Professor na Universidade Católica do Porto (1999-2001), na ESAP (2002-2016), na Tainan National University of the Arts – Taiwan (2006-2009), na ESAG de Guimarães (2009-2017) e na Universidade do Algarve (2012-2013), Na BAU – Centro Universitário de Diseño de Barcelona (desde 2015). Desempenha ainda as funções de Presidente da ASIFA – Associação Internacional do Filme de Animação (2000-2002) e de Vice Presidente do ASIFA Workshop Group (1995-2001). Co-autor do manual interactivo Teaching With Animation.

Presentemente dirige a Casa Museu de Vilar (desde 2014) e produz as curtas metragens de animação: “Tio Tomás e a Contabilidade dos Dias” de Regina Pessoa, coprodução com ONF/NFB Canadá e Les Armateurs (França), “Altötting” de Andreas Hykade, coprodução com Studio Film Bilder (Alemanha) e ONF/NFB (Canadá) e ainda “Virgem Fandango” de Marcy Page, coprodução com Blue Dada Productions (Canadá).

Manuel Tentúgal

Manuel Tentúgal nasceu em 1956, teve formação em pintura e em música, licenciou-se em Arquitectura e fez pós-graduação em Arte Multimédia. A sua formação abrange, ainda: animação musical (Constança Capdeville); recolha etnomusicológica (Michel Giacometti) e construção de instrumentos musicais; formação de actores (Augusto Boal); pedagogia musical (Jos Wuytack, Pierre van Hauwe, Manuela Wiedmer, Johannes Hepp e Gabriela Gerhold); canto gregoriano; direcção coral (Mário Mateus); análise musical (Filipe Pires). Foi docente de Imagem e Comunicação Visual no Ensino Superior (1991-2001); Exerceu funções técnico-pedagógicas na equipa do Ensino Artístico Especializado (Ministério da Educação – Agência Nacional para a Qualificação – Ensino Profissional, 2006-2010).

É professor, no ensino público e superior privado de Artes Visuais, Multimédia e Som na Animação. Tem repartido actividade por outros campos: performances multimédia; animação cultural e musical; realização e produção de espectáculos; rádio; recolhas e recuperação de instrumentos musicais (toque de carvalhais, sanfona portuguesa, etc.); Direcção e produção musical (Vai de Roda, Toque de Caixa, Orpheu, Galandum Galundaina, etc.); Pedagogia e ensino musical (Instituto Orff, oficinas e apoio curricular, e fundou a NorteMúsica – Escola de Música do Centro Cultural da Nortecoop); Participou e colaborou como músico (Teatro Nacional D. Maria II, coop. Teatro Realejo, Ângelo Peres (Realizador RTP), Pedro Caldeira Cabral, Cândido Lima, Manuel Freire, Teatro Experimental do Porto, José Prata, Orquestra do Instituto Orff, Côro da Sé do Porto, Rui Veloso, Uxía (Galiza), Galandum Galundaina, Orpheu, Zeca Medeiros, etc.); Como monitor e orientador musical (Oficinas de Cinema de Animação).

Concebeu bandas sonoras para teatro e filmes, entre outros: Uma História de Letras (José Carvalho, 1980); Oh! Que Calma (Abi Feijó, 1984); Com Papas e Bolos se Enganam os Tolos (O Realejo, 1985); A Noite Saiu à Rua (Abi Feijó, 1986); Os Salteadores (Abi Feijó, 1994); A Estória do Gato e da Lua (Pedro Serrazina, 1995); O Fado Lusitano (Abi Feijó, 1995); A Noite (Regina Pessoa, 1999); O Clandestino (Abi Feijó, 2001); Amareloazulpretoamarelo (Marta Ribeiro, 2012). Foi júri (Festivideo, Curt’arruda, Monstra, Festa Mundial da Animação). É sócio-fundador da Casa da Animação (CDA).

Paulo Curado

Paulo Curado tem formação clássica e jazzística, na Academia de Amadores de Música, e pelo Conservatório Nacional de Lisboa e na Escola de Jazz do Hot Clube de Portugal. Situa-se, como instrumentista na área da música improvisada onde encontra a possibilidade da experiência da música criada em tempo real. Colabora regularmente com outros músicos em formações diversas e interage com outras expressões como a Dança, o Teatro e o Vídeo. Paulo Curado trabalha também como compositor de músicas e bandas sonoras.

ESCOLAS INTERNACIONAIS DE ANIMAÇÃO

CAE Portalegre – Pequeno Auditório | 2 de Novembro | 14h30 – 15h30

Convidados: Alexandre Siqueira, Pedro Serrazina, Carlos de Carvalho & Sandra Ramos

Sabendo que por vezes há curiosidade e comparação entre os cursos de animação em Portugal e noutros países, a Casa da Animação convidou um leque de autores com experiências várias e em diferentes cenários. Vantagens, desvantagens, como proceder a uma candidatura pré e pós-formação académica superior, como é o acesso, qualidade e análise dos portfólios, saídas profissionais, a qualidade do ensino da animação em Portugal, entre muitos outros detalhe. A conversa é aberta, todos estão convidados a participar.

Alexandre Siqueira

Alexandre Siqueira nasceu no Rio de Janeiro em 1980. Em 2000, co-realiza “Sopa Fria” no âmbito do curso de especialização de animação de volumes do CITEN, em Lisboa. Seguem-se logo após várias colaborações com o Estúdio Filmógrafo, no Porto. Em 2008, vai para a escola la Poudrière, em França, para se especializar em realização de filmes de animação. A sua curta metragem de estudante intitulada “Viagem ao Campo de Girassóis” é bem acolhida em diversos festivais internacionais. Nos últimos anos colaborou em diversos projetos de animação, tanto na área da publicidade como telediscos, séries de animação e longas metragens. Actualmente encontra-se em produção “Purpleboy”, uma curta metragem de animação co-produzida entre Portugal, França e Bélgica.

Pedro Serrazina

Pedro Serrazina nasceu em Lisboa em 1968, estudou arquitectura no Porto durante 5 anos, deixando o curso incompleto para se dedicar profissionalmente ao cinema de animação. O seu primeiro filme, Estória do Gato e da Lua, estreou em competição no festival de Cannes’96 e foi premiado com 15 prémios internacionais. Em 1996 mudou-se para a Inglaterra para tirar um curso de mestrado no Royal College of Arts, onde permaneceu um ano extra como assistente, pesquisando o “uso do espaço como elemento narrativo no cinema de animação”. Desde então tem combinado uma carreira académica com o desenvolvimento do seu trabalho criativo em várias áreas. Projectos recentes incluem a publicação de um livro de ilustrações e contos, “Pequenas Estórias Sem Importância” editado como complemento de uma performance para crianças, exibida no Teatro do Campo Alegre, no Porto (2006).

Nos últimos 4 anos, Pedro Serrazina foi director do curso de licenciatura em Animation Arts na University for the Criative Arts, Maidstone, onde organizou AniMaidstone 2009, um evento internacional que combinou a produção de 5 animações/documentários realizados por estudantes e dedicados às comunidades desfavorecidas de Maidstone, com uma conferência dedicada a questões de identidade cultural no cinema de animação e documentário. Pedro Serrazina é também professor convidado da Universidade Católica do Porto e participa regularmente em júris e workshops internacionais. Recentemente deixou o seu cargo de director de curso em Inglaterra para dedicar mais tempo a projectos pessoais. O seu último filme chama-se Os Olhos do Farol e é uma co-produção entre Portugal e a Holanda. Esta curta de 15 minutos combina personagens desenhadas com imagem real do mar e cenários pintados.

Mais recentemente, realizou o videoclipe para a música “É Preciso que eu Diminua” vencedor do Prémio Melhor Filme Português – Prémio SPA/Vasco Granja no Monstra – festival Internacional de Cinema de Animação de Lisboa, em 2017.

Carlos de Carvalho

Carlos de Carvalho estudou ilustração e grafismo no instituto Saint Luc (Tournai, Bélgica), tendo depois aprendido animação 3D e direção digital no Supinfocom (Valemciennes, França).

Considera-se um picture-bulimic e “devora” todos os estilos visuais o que lhe permite criar na mesma medida os universos quanto os que “engoliu”. Começou a trabalhar primeiramente enquanto animador para publicidade, broadcast designs e animou séries para canais de televisão franceses (TF1, France Television, M6, entre outros). Porém, quando sentiu a necessidade de voltar a criar as suas próprias animações encontrou o colectivo de animação “Je Regarde” (Lille, França). Com este colectivo, Carlos criou o videoclipe “Do I have power”, para os Timber Timbre, o anúncio “Be coool” para a Decathlon e realizou as curtas-metragens “Juste de l’eau” (130 selecções e 5 prémios em festivais) e “Premier automne” (230 selecções e vencedora de 60 prémios em festivais). Depois de todas estas experiências, começou a leccionar direcção de arte na escola Supinfocom Rubika (Valenciennes, França) e, ao mesmo tempo, trabalhou em direcção de arte, design de produção e look developer em duas longas-metragens, “Pachamama”, da Folivari (Paris, França) e “Icare” para o Grupo Iris (Luxemburgo).

Actualmente trabalha como director de arte e coordenador pedagógico nos estúdios de animação da Escola Pole3d (Roubaix, França).

Sandra Ramos

Sandra Ramos nasceu em Moçambique em 1974, passou a infância e parte da adolescência entre Europa e África, entre as artes plásticas e a prática desportiva. Desde que frequentou o seu primeiro curso de Animação de Volumes, com José Miguel Ribeiro, em 2000, que se apaixonou pela animação nas suas vertentes/técnicas mais artesanais. E assim deixou para trás o Design de Equipamento da sua formação universitária. Em 2001, depois de workshops com Ferenc Cako e Jiri Barta, candidatou-se e foi aceite na prestigiada escola La Poudrière. Aí, realizou 3 curtas-metragens em nome individual e uma colectiva e trabalhou com alguns grandes nomes da animação mundial (Paul Driessen, Yuri Tcherenkov, Regina Pessoa, Abi Feijó, Lorenzo Reccio, Bernard Palacios, Florence Miailhe…)

É professora e formadora em animação desde 2004, em instituições universitárias (Lusófona; ESAD das Caldas da Rainha; Fac. Belas Artes da Univ. Lisboa;), escolas (EPI; Ars Animación) e festivais (Cinanima e Monstra).

Realizações individuais: “Quiero Você”, “O Rato”; realizados na escola La Poudrière: “Vers I’Igloo de la Mère-Grand”, “En Son Brouille” e “Flocons de Sable”. Realizações colectivas: “Compositio III”, “Trailer do Festival de Auch” e “O Racismo”.