Todos os anos a Festa Mundial da Animação convida profissionais de reconhecido mérito nacional e internacional, distribuídos por três categorias Profissionais, Escolas e Oficinas.

Fique a saber quem são e qual o percurso deles dentro do cinema de animação.

JÚRI – CATEGORIA PROFISSIONAIS

MIGUEL ROCHA

Depois alguns anos a trabalhar em publicidade e artes gráficas, iniciei-me na banda-desenhada em 1998, e desde então realizei vários livros e exposições e ganhei também alguns prémios. Fui bolseiro do Ministério da Cultura durante o ano de 2001 para o livro “A vida numa colher”. Venho a desenvolver trabalho de auto-edição de livros e cartaz impressos em serigrafia e tipografia.

MARCY PAGE

Marcy Page tem desenvolvido interesse por filmes de animação há mais de 40 anos. Nascida e criada na Califórnia, trabalhou como freelancer na animação em mais de uma dúzia de empresas e ensinou em cursos de animação na Universidades de São Francisco e na Universidade de Artes e Ofícios da Califórnia enquanto fazia animação de modo independente. O seu filme autoral Paradisia (1987) foi distinguido em mais de uma dúzia de festivais internacionais.

Em 1990, emigrou para o Canadá onde se juntou ao National Film Board, primeiro como directora e produtora associada e depois como produtora. Como produtora no estúdio Inglês do NFB, procurou produções e co-produções eclécticas e incomuns que empurraram os limites do meio de animação, seis das quais ganharam nomeações para Curtas de Animação da Academy of Motion Picture Arts and Sciences, com dois de ganharam o cobiçado Óscar. Estes incluíram o aclamado “documation” Ryan (2004) de Chris Landreth e o vencedor do Óscar para curta-metragem, o irónico, The Danish Poet (2006) de Torill Kove. Para além destes, a assombrosa animação com marionetas Madame Tutli-Putli(2007) de Chris Lavi e Maciek Szczerbowski e o conto do oeste selvagem do Canadá de Amanda Forbis e Wendy Tilby Wild Life (2011) também nomeados para os Óscares, foram produzidos por Marcy Page. My Grandmother Ironed the King’s Shirts (1999) e Me and My Moulton (2014) foram também nomeados para os Óscares.

Ao longo da sua carreira, Page tem ajudado a dar forma a dúzias de narrativas aclamadas e a filmes de animação não-narrativos quer com directores experientes quer emergentes, que juntos têm alcançado mais de 300 prémios e honras internacionais para o programa de animação da National Film Board.

Retirou-se recentemente da produção da NFB com intenção de seguir o seu primeiro amor, a direcção e animação de trabalho mais autoral. Virgin Fandango é um projecto que está actualmente a desenvolver inspirada pelos Verões que passa em Portugal.

NORMAND ROGER

Normand Roger nasceu em Montreal em 1970, começou a sua carreira como freelancer e compositor para a National Film Board of Canada. Embora tenha trabalhado principalmente no campo da animação, criando mais de duas centenas de bandas sonoras nos últimos 45 anos, também compôs músicas para documentários, reportagens, novelas, séries infantis, publicidade, instalações multimédia e muitas peças musicais para a televisão do Canadá e dos EUA.

É conhecido internacionalmente, em grande parte devido ao sucesso dos filmes de animação em que ele colaborou, que ganharam centenas de prémios em festivais. Entre eles, destacam-se treze nomeações para os Óscares, seis atribuídos.

Trabalha regularmente para produções nos EUA, na Europa, na Rússia e no Japão e tem sido convidado com frequência para dar palestras sobre “Música e Som para a Animação”, que continua a ser a sua área de trabalho predileta. Desenvolveu trabalho com alguns dos animadores e realizadores de animação mais conhecidos, tais como: Frederic Back (“Crac”, “The man who planted trees”), Paul Driessen (nove filmes, incluindo o seu mais recente “Cat meets dog”), Co Hoedeman (“The Sand Castle”), Eugene Fedorenko e Rose Newlove (“Every Child” e “Village of Idiots”); Joyce Borenstein (“The Colours of my father”), Craig Welch, Bretislav Pojar, Raimund Krumme, Caroline Folha, Lynn Smith, Sheldon Cohen, Marv Newland, Janet Pearlman, Derek Lamb, Pierre Hébert, René Jodoin, Roberto Catani, Piotr Sapegin, Chris Hinton, Gayle Thomas, Ishu Patel e Marcy Page.

Mais recentemente participou nos filmes: “História Trágica com Final Feliz” de Regina Pessoa, “Leon in the wintertime” e “Melie in the Springtime” de Pierre-Luc Granjon, “Retouches” de Georges Schwitzgabel, “Lost in Snow” e “Wings and oars” de Vladimir Leschiov, “Missed Aches” de Joanna Priestley, “Le Cirque” de Nicolas Brault, “The Spine” de Chris Landreth, “I was a child of holocaust survivors” de Ann Marie Fleming, e “Muybridge’s Strings” de Koji Yamamura. Embora Normand trabalhe de forma tradicional quando compõe música para peças e documentários, tem uma abordagem distinta quando se trata da banda sonora completa de um filme de animação, onde inclui alguns efeitos sonoros. Tem trabalhado com uma pequena equipa de colaboradores, entre os quais Pierre Yves Drapeau e Denis Chartrand, com quem assinou a maior parte dos últimos trabalhos

JÚRI – CATEGORIA ESCOLAS & CATEGORIA OFICINAS

JORGE RIBEIRO

Jorge Ribeiro, nascido no Porto em 1975, trabalha como animador desde 1999. Trabalhou em vários projetos entre os quais, Séries TV, Curtas Metragens, publicidade e filmes de encomenda, nomeadamente Videoclips.

Alguns dos seus projetos como animador, intervalista e artista de Layout incluem “História Trágica com Final Feliz” and “Kali, o Pequeno Vampiro” realizados por Regina Pessoa.

Realizou duas séries TV exibidas na RTP “Os Espadinhas” and “Visiokids”, neste momento está a realizar um especial TV de 26 Minutos “Foxy e Meg” baseado nos personagens de André Letria, com argumento de Catarina Sobral e Ricardo Boleo Henriques.

ALEXANDRE SIQUEIRA

Alexandre Siqueira nasceu no Rio de Janeiro em 1980. Em 2000, co-realiza “Sopa Fria” no âmbito do curso de especialização de animação de volumes do CITEN, em Lisboa. Seguem-se logo várias colaborações com o Estúdio Filmógrafo, no Porto. Em 2008, vai para a escola la Poudrière, em França, para se especializar em realização de filmes de animação. A sua curta metragem de estudante intitulada “Viagem ao Campo de Girassóis” é bem acolhida em diversos festivais internacionais.

Nos últimos anos colaborou em diversos projectos de animação, tanto na área da publicidade como telediscos, séries de animação e longas metragens. Actualmente encontra-se em produção “Purpleboy”, uma curta metragem de animação co-produzida entre Portugal, França e Bélgica.

CARLOS DE CARVALHO

Carlos de Carvalho estudou ilustração e grafismo no instituto Saint Luc (Tournai, Bélgica), tendo depois aprendido animação 3D e direção digital no Supinfocom (Valemciennes, França).

Considera-se um picture-bulimic e “devora” todos os estilos visuais o que lhe permite criar na mesma medida tantos universos quanto os que “engoliu”. Começou a trabalhar primeiramente enquanto animador para publicidade, broadcast designs e animou séries para canais de televisão franceses (TF1, France Television, M6, entre outros).

Porém, quando sentiu a necessidade de voltar a criar as suas próprias animações, encontrou o colectivo de animação “Je Regarde” (Lille, França). Com este colectivo, Carlos criou o videoclipe “Do I have power”, para os Timber Timbre, o anúncio “Be cool” para a Decathlon e realizou as curtas metragens “Juste de l’eau” (130 selecções e 5 prémios em festivais) e “Premier automne” (230 selecções e vencedora de 60 prémios em festivais).

Depois de todas estas experiências, começou a leccionar direcção de arte na escola Supinfocom Rubika (Valenciennes, França) e, ao mesmo tempo, trabalhou em direcção de arte, design de produção e look developer em duas longas-metragens, “Pachamama”, da Folivari (Paris, França) e “Icare” para o Grupo Iris (Luxemburgo).

Actualmente trabalha como director de arte e coordenador pedagógico nos estúdios de animação da Escola Pole3d (Roubaix, França).